Mitos e Verdades – Será mesmo assim?
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As feridas cicatrizam melhor ao ar e devem ser mantidas secas.
FALSO. A prioridade no tratamento das feridas é mantê-las limpas, sem microrganismos e protegidas. A teoria da cicatrização em meio húmido de Winter, dos anos 60, provou que as feridas cicatrizam mais rápida e eficazmente em ambiente húmido pelo que não devem ser deixadas ao ar até estarem completamente cicatrizadas.
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A crosta é positiva para a ferida.
FALSO. A crosta desenvolve-se quando o leito da ferida seca, e impede e dificulta as células formadas de cobrir a ferida. Por outro lado, acumula tecido não viável e bactérias que atrasam a cicatrização e podem provocar infeção. Nesse sentido, deverá evitar-se a formação da crosta, mantendo um ambiente húmido e protegendo a ferida com um penso apropriado.
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Quanto mais profunda a ferida mais dolorosa é.
FALSO. É precisamente o contrário, devido ao elevado número de fibras nervosas localizadas abaixo da epiderme (camada mais superficial da pele). Feridas não profundas como abrasões ou queimaduras são mais dolorosas que feridas profundas.
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As feridas pequenas não precisam de penso.
FALSO. Mesmo as pequenas feridas necessitam de ser protegidas com um penso que mantenha o ambiente húmido.
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Deve utilizar-se algodão na limpeza da ferida.
FALSO. O algodão liberta pequenas fibras difíceis de remover quando a ferida inicia o seu processo de cicatrização.
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A “bolha” presente em algumas zonas por fricção do calçado deve ser “seca” com álcool.
FALSO. As boas práticas recomendam o alívio da pressão da zona afetada e aplicação de um penso adequado como os de película de poliuretano.
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As feridas devem ser tratadas com antibióticos tópicos ou sistémicos.
FALSO. Esta prática levanta problemas com futuras resistências aos antibióticos. Estes são apenas indicados quando há sinais de infeção profunda e sistémica.